Depois que identificamos refluxo na veia safena, que além de estar alimentando outras varizes podem estar gerando outros sintomas, o que deve ser feito?
Primeiro de tudo precisamos excluir a safena do circuito circulatório. Ela deve ser retirada ou “secada” “selada”.
Abaixo vou explicar os detalhes de cada tipo de tratamento e suas implicações.
CIRURGIA TRADICIONAL:
A safenectomia cirúrgica é um método tradicional, o mais antigo para o tratamento das safenas. Ele é realizado sempre no hospital, pois como é uma cirurgia, necessita de anestesia raquidiana (aquela na coluna), para sua realização. Um corte é realizado na região da virilha, e outro pode ser realizado ao nível do joelho e/ou tornozelo. Através destas incisões, a veia é retirada pelo subcutâneo. É um método invasivo, leva a formação de hematomas que podem levar semanas ou até meses para desaparecer. A reação inflamatória é maior também. Há risco de lesão do nervo safeno, que se encontra em contato íntimo com a safena magna localizada abaixo do joelho, com isto, pode haver perda de sensibilidade na região do tornozelo e pé. Este pós-operatório é doloroso, pelos motivos citados acima e há necessidade de repouso mais prolongado, podendo haver necessidade de afastamento das atividades laborais por 15 dias.
Devido a esses motivos, a ciência iniciou uma busca por tratamentos que fossem menos invasivos e que apresentassem uma recuperação mais rápida e um menor risco de complicações.
ABLAÇÃO COM LASER:
Sugiram então as técnicas que não retiram a safena, mas fazem ela “secar” ou “selam a veia.
A ablação com laser usa o calor para tratar as safenas, ele pode ser emitido por uma fibra de laser ou de radiofrequência. Este aquecimento provoca o selamento da veia safena e com o tempo, fibrose e a absorção da veia. Através de um furo na pele, a fibra é introduzida na veia, guiada por ultrassonografia, até a origem do refluxo. Quando posicionada a fibra é ativada e emite ondas de LASER ou radiofrequência para realizar o selamento do vaso. Pode ser realizada no hospital ou até mesmo em clínicas equipadas para este tipo de procedimento. A anestesia usada pode ser a anestesia local e não há necessidade de repouso prolongado, alguns dias (em média 5-7 dias) são suficientes para retorno às atividades diárias. A reação inflamatória é bem menor, assim como a formação de hematomas no pós-operatório, por isto há recuperação mais rápida.
ESPUMA DENSA:
A espuma densa também pode ser utilizada para o tratamento das safenas. A maneira de realizar o tratamento é diferente da ablação com laser, começando pelo fato de que é todo realizado no consultório e sem necessidade de anestesia. A espuma de polidocanol é utilizada para realizar o preenchimento da veia safena, que ao entrar em contato com a parede venosa, desencadeia uma reação química, fechando a safena, que vai ser absorvida com o tempo pelo organismo. Este tratamento está indicado principalmente para quem não quer ou não pode ser submetido a uma internação hospitalar e para pacientes com comorbidades que possuem risco para procedimentos mais invasivos. O tratamento é realizado em etapas, pois existe um volume seguro que pode ser aplicado por sessão. A espuma densa nas safenas não requer repouso algum, as atividades diárias não precisam ser interrompidas, nem mesmo a atividade física.
Como exposto, temos hoje ótimas opções ao tratamento tradicional. O mais importante é que seu caso seja avaliado de forma integral e considerando todas as possibilidades. Junto com seu médico vascular poderá decidir qual tratamento é o mais adequado.
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